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Lula e Cúpula do PT consideram Dilma parte do passado, mas temem desmobilizar militância

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O dilema enfrentado pela cúpula do partido é sobre qual narrativa defender a partir da próxima semana, já que há um consenso de que Dilma se tornou carta fora do baralho. 

O ex-presidente deixou Brasília no final desta tarde de sábado, 16, de posse de um diagnóstico completo sobre a derrota iminente de Dilma na Câmara e no Senado. A viagem de Lula coincidiu com um incidente desagradável no Palácio do Planalto. A presidente foi informada pela equipe que acompanhava o ex-presidente de que havia uma nova lista com o nome de parlamentares que se comprometeram a votar contra o impeachment. Dilma mandou o interlocutor de Lula enfiar a lista naquele lugar e pediu para ser deixada a sós. Mais cedo, Dilma já havia barrado o deputado federal Sílvio Costa (PTdoB-PE) em uma reunião com  com Jaques Wagner e Ricardo Berzoini.

Abatida, a presidente ainda tentou confortar seus assessores, garantindo que tinha ciência de que havia cumprido seu compromisso com o partido de manter a militância mobilizada.

A maior preocupação agora é a de que o estado de espírito no Palácio do Planalto e da cúpula do partido acabe vazando, o que teria um efeito devastador sobre a militância. O deputado Wadih Damous, dos principais interlocutores do ex-presidente foi apontado no Planalto como um vazador infiel por ter apontado hoje a próxima etapa que faz parte da estratégia do partido para manter a militância em estado permanente de mobilização até as próximas eleições em outubro.

Damous deu com a língua nos dentes e falou sobre a campanha de defesa de convocação de "eleições gerais" que seria deflagrada apenas após o julgamento do impeachment no Senado. A ordem da cúpula do partido é insistir na narrativa do golpe até o último momento, como forma de manter a militância mobilizada. A preocupação agora será tentar encontrar formas de diminuir o ódio contra o partido.

 Lula não confirmou se irá participar do ato contra o impeachment programado para este domingo, 17, no Vale do Anhangabaú. Embora tenha sido encorajado a comparecer ao ato, pessoas próximas do ex-presidente o aconselharam a ficar em casa e evitar maiores desgastes ao associar sua imagem à de Dilma de agora em diante.

O temor da ala do partido ligada à Dilma é o de que ela seja descartada prematuramente pela cúpula fiel à Lula, que já anunciou que pretende se descolar de Dilma a partir dos próximos meses. Setores do PT defendem que Dilma deva ter algum papel no partido como forma de manter a simpatia de movimentos sociais que defendem as causas das mulheres.
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